A Associação aponta que há quatro operadores ilegais no Top15 nacional de plataformas de jogo online.
O estudo, que envolveu uma amostra de mil pessoas, mostra que a percentagem de jogadores que utiliza exclusivamente plataformas licenciadas não ultrapassa os 60%, valor atingido no levantamento de 2022, depois de nos primeiros anos se situar abaixo dos 50%.
«O cenário é ainda mais grave se olharmos para os segmentos etários 18-24 anos e 25-34 anos onde a utilização exclusiva dos operadores licenciados não passa dos 52,1%», salienta a Associação.
Para Ricardo Domingues, presidente da APAJO, «os operadores licenciados, o legislador e o regulador têm que apontar a uma maior preponderância do jogo online exclusivamente legal, diria que nunca inferior a 80% dos utilizadores». O dirigente acredita ser possível atingir essa meta «num prazo relativamente curto com as medidas certas de combate aos ilegais e evolução dos produtos licenciados».
A Associação refere que a metodologia do estudo identifica quem realmente joga em operadores licenciados ou ilegais e, separadamente, pede aos jogadores que declarem se apostam em plataformas não licenciadas.
«Esta abordagem permite avaliar até que ponto os jogadores têm consciência do estatuto dos sites e aplicações que utilizam. Daqueles que jogam em plataformas ilegais, apenas 37,7% afirmam que o fazem. A maioria, os restantes 62,3%, declaram ou não jogar em operadores ilegais ou não saber se o fazem», descreve a APAJO.
«Neste momento, os operadores ilegais são maioritariamente projetos obscuros que ostensivamente tentam explorar a facilidade com que conseguem chegar a audiências portuguesas, ao mesmo tempo que evitam todas as regras de proteção do consumidor e o pagamento de impostos», alerta Ricardo Domingues.
«Este tipo de organização põe os jogadores em todo o tipo de riscos, dos seus saldos aos seus dados pessoais e financeiros e que chegam a ter comportamentos predatórios com públicos vulneráveis», sublinha.
O dirigente da APAJO defende que seria decisivo impedir a promoção destes operadores nas redes sociais e através de influencers e artigos patrocinados nos media portugueses e também impossibilitar que estejam disponíveis métodos de pagamento como o multibanco e MB Way.
O estudo indica que os principais motivos para a preferência pelas plataformas não licenciadas, segundo os seus utilizadores, são os bónus mais elevados, as odds mais altas, maior oferta de jogos e outros produtos.
Ricardo Domingues defende que se a legislação permitir uma evolução serão canalizados mais jogadores para o mercado regulado. «Os produtos e funcionalidades que os jogadores portugueses identificaram no estudo estão disponíveis há algum tempo noutros mercados regulados europeus», aponta.
No levantamento da APAJO, 71,5% dos inquiridos afirma gastar até 50 euros mensais, a maioria dos quais menos até de 25 euros. No caso dos jogadores que jogam exclusivamente nos operadores licenciados, a percentagem que gasta até 50 euros sobe para 77,6%.