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Entrevista: «A saúde mental diz respeito a todos; pedir ajuda é um ato de coragem, não de falha», Ana Pinto Coelho, Festival Mental

14 Maio 2025
Sandra M. Pinto

Estivemos à conversa com Ana Pinto Coelho, diretora e curadora do Festival Mental, que nos revelou um pouco do que vai acontecer nesta edição do evento. 

Entre os dias 22 e 25 de maio, em diversos espaços de Lisboa, decorre a 9.ª edição do MENTAL, que junta cinema, debates, teatro, música e atividades para todas as idades dedicadas à saúde mental. Esta edição traz filmes premiados internacionalmente, oficinas imersivas, M-Talks com especialistas, e ainda o novo formato M-Click, com ideias disruptivas sobre saúde mental e um prémio que será atribuído ao vencedor da Open Call 2025.

Estivemos à conversa com Ana Pinto Coelho, diretora e curadora do Festival Mental, que nos revelou um pouco do que vai acontecer nesta edição do evento, além de explicar como tudo começou, assim como qual a missão do Mental.

Como nasceu o Festival MENTAL e qual foi o impulso inicial por trás da sua criação?

O Festival nasceu em 2017, de uma inquietação muito pessoal e profissional. Ao longo da minha carreira nas artes e na comunicação, percebi que havia uma urgência em falar sobre saúde mental de forma mais humana, mais descomplicada — e, sobretudo, mais acessível. Durante uma viagem a Edimburgo, descobri o Scottish Mental Health Arts & Film Festival e percebi que era possível fazer pontes entre cultura, saúde e comunidade. A semente do MENTAL foi plantada ali, com o desejo de provocar conversa, empatia e mudança.

Qual é a missão principal do festival?

A nossa missão é clara: promover a saúde mental, prevenção na saúde mental, combater o estigma e promover literacia em saúde mental através da cultura. Criar espaços onde as pessoas se sintam seguras para partilhar, ouvir, questionar e, acima de tudo, percebam que não estão sozinhas.

O que distingue o MENTAL de outras iniciativas ligadas à saúde mental em Portugal?

A transversalidade. O MENTAL não é só cinema, não é só arte, não é só informação — é tudo isso ao mesmo tempo. É uma experiência. Levamos as conversas a teatros, escolas, auditórios, ruas, jardins. E com o MENTAL Itinerante, percorremos o país e as ilhas. Queremos estar onde as pessoas estão, sem filtros nem elitismos.

Por que razão escolheram o cinema e a arte como meios para abordar temas de saúde mental?

Porque a arte emociona antes de explicar. E o cinema tem uma capacidade imensa de criar empatia. Uma história bem contada pode tocar mais fundo do que qualquer estatística. Com o MENTAL, usamos a cultura como ponte — entre quem sente, quem vive e quem observa. Toda a criação artística pressupõe a criatividade, tanto no cinema como na música, no teatro como na dança, na literatura como em atividades mais orgânicas.

A cultura pode mesmo transformar a forma como a sociedade encara a saúde mental?

Pode, e tem feito isso. Quando damos palco à cultura para representar sofrimento, superação, ou, simplesmente, o que é viver com uma condição mental, estamos a humanizar essas realidades. Estamos a dizer: “isto existe, isto é válido, isto merece atenção”.

Há temas ou patologias mais difíceis de representar ou debater em público?

Sem dúvida. O suicídio, a esquizofrenia ou os transtornos alimentares, só a título de exemplo, ainda carregam um peso social enorme. Mas é por isso mesmo que têm de ser abordados. Temos de falar do que dói, para deixar de doer tanto.

O que podemos esperar da edição deste ano do Festival MENTAL?

Uma edição forte, impactante e profundamente atual. Este ano, entre 22 e 25 de maio, vamos continuar a expandir o que significa falar sobre saúde mental com verdade, sensibilidade e criatividade. Há cinema, debates, experiências sensoriais e música — sempre com o público no centro de tudo.

Que temas ou áreas da saúde mental vão estar em destaque?

Este ano escolhemos três grandes temas para as nossas M-Talks: Guerra e ConflitoBullying e Luto. São realidades duras, mas absolutamente necessárias de abordar — especialmente num tempo em que a instabilidade e o sofrimento psicológico estão em crescendo.

Haverá alguma estreia, convidado internacional ou iniciativa inovadora?

Sim, e com muito orgulho. Pela primeira vez, há um prémio para a melhor curta-metragem da Mostra, escolhida pelo júri (Maria João Barros, Rui Henriques-Coimbra, Sérgio Viana e o programador Francisco Costa), que irá para José Camargo, que, com a sua curta-metragem “Interchange”, nos visitará vindo de Toronto para receber o prémio e conversar sobre o seu trabalho. Tanto o prémio como o próprio troféu são alma e coração de uma evolução que há muito nos fazia falta. Vamos também estrear um segmento, o M-Click, uma nova plataforma dentro do festival, onde convidamos pessoas a apresentarem ideias inovadoras para a saúde mental. Pode ser um projeto, uma solução, uma visão — queremos dar palco à criatividade com impacto. E claro, teremos convidados nacionais, internacionais e filmes inéditos em Portugal.

 Qual tem sido o impacto do festival junto do público, em especial dos mais jovens?

Muito positivo. Os jovens sentem-se representados e ouvidos no MENTAL. O projeto Mental Jovem, por exemplo, já chegou a várias escolas e envolveu crianças e adolescentes em conversas sobre emoções, pertença e autocuidado. Temos miúdos que voltam todos os anos, e isso diz muito. Há um trabalho grande e persistente durante o ano no sentido de convidar escolas a estarem presentes no São Jorge, para uma sessão do Mental Jovem — onde podem também trocar perguntas e respostas com a psicóloga Maria João Barros e com o nosso programador Francisco Costa. Durante o ano, fazemos também este trabalho no sentido inverso, de ir às escolas e universidades — se bem que é sempre mais interessante ver chegar os alunos a uma grande sala de cinema, para assistir a filmes sobre saúde mental, e saírem com nota muito positiva, a repetir. E atividades, por exemplo, para os mais pequenos, um Mental Júnior ao ar livre, com várias atividades.

Há colaboração com escolas, universidades ou serviços de saúde?

Sim. Trabalhamos em estreita colaboração com escolas, universidades, centros de saúde e associações. Acreditamos que a mudança só é real se for sistémica — e isso passa por envolver quem educa, quem cuida e quem investiga.

Como é que a comunidade de profissionais de saúde mental tem recebido esta iniciativa?

Com abertura, apoio e entusiasmo. Muitos profissionais participam nas M-Talks, colaboram nos conteúdos e recomendam o festival aos seus pacientes e redes. O MENTAL é também um ponto de encontro entre ciência, prática e emoção.

Que mitos ou preconceitos sobre saúde mental o Festival MENTAL tenta desconstruir?

A ideia de que saúde mental é “fraqueza” e de que só “certas pessoas” passam por isso. Combatemos a visão estigmatizante que isola, que culpa, que esconde. Mostramos que saúde mental diz respeito a todos — e que pedir ajuda é um ato de coragem, não de falha.

A pandemia agravou a urgência de falar (e agir) sobre saúde mental? De que forma?

Absolutamente. A pandemia foi um espelho, e o reflexo não foi bonito. O isolamento, o medo, a perda — tudo isso deixou marcas profundas. O MENTAL adaptou-se, cresceu e tornou-se ainda mais relevante — mas note-se que muito antes da pandemia já tinha havido várias edições do Festival, não fomos uma consequência da pandemia. E o trabalho criado nas M-Talks 4 All, ao longo de 2020, foi um esforço ímpar, constituído por mais de 100 entrevistas, que estão online, no canal de YouTube do Festival Mental. Sabemos que o silêncio, hoje mais do que nunca, pode ser devastador.

Como avalia o nível de literacia em saúde mental em Portugal atualmente?

Está melhor do que há dez anos, mas ainda insuficiente. Falta linguagem clara, acesso a apoio, formação nas escolas. É urgente continuar a educar — e a ouvir.

Que mensagem gostaria de deixar a quem vive com um problema de saúde mental — e a quem ainda evita falar sobre isso?

Que não estão sozinhos. Que há ajuda, há caminhos, há possibilidades. E a quem ainda evita o tema, digo: escute, sem julgamento. Falar salva. Sentir não é fraqueza — é o que nos torna humanos.

E para terminar: quem é a convidada especial da festa final? 

Este ano, a fechar o festival, temos o privilégio de receber a Mimicat, vencedora do Festival da Canção 2023, no palco com o My Story My Song. Este é um segmento musical onde os artistas interpretam canções que marcaram o seu percurso, muitas vezes do seu próprio repertório, abrindo espaço para um diálogo com o público, que pode interagir com questões. Num registo íntimo com uma artista incrível, dona de uma voz e presença capazes de tocar fundo. É o fecho perfeito para um festival que é, acima de tudo, feito de emoções.

 

 

 

 

 

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