Letras e ícones minúsculos são a porta de entrada nas aplicações e funcionalidades que equipam os modernos telemóveis, desenvolvidos sobretudo a pensar no apetite dos adolescentes e jovens adultos pela tecnologia. Mas estas chaves de acesso podem não ser os melhores amigos do utilizador a partir do momento em que a falta de visão começa a trair a leitura.
Os telemóveis com teclas, ditos para seniores, não são propriamente alternativa. Muitos não fazem mais do que telefonar, enviar sms ou e-mails e tirar fotografias, assumindo que os utilizadores mais velhos não se interessam pela internet nem querem um smartphone. Talvez seja uma conclusão precipitada. Os números da utilização dos telefones inteligentes estão a subir em todas as faixas etárias, provando que também existe um apetite sénior pelas novas tecnologias. Mesmo quando a idade se instala e reduz a capacidade visual, não há porque deixar o telefone de lado.
Bem-vindo às aplicações para aumentar os elementos no ecrã. A DECO/Proteste testou algumas apps e encontrou soluções gratuitas com bom desempenho.
Com efeito, o digital tem sido um mundo construído, sobretudo, em função do entretenimento das gerações mais jovens. Jogos, aplicações, experiências de realidade virtual, simuladores e afins, destinados a computadores, telemóveis ou consolas, são desenvolvidos especialmente com estes utilizadores em mente. Mas o statu quo está a mexer.
Os últimos anos têm sido férteis no lançamento de aplicações que se propõem auxiliar as faixas etárias mais avançadas. Desde opções para encontrar o automóvel num parque de estacionamento a plataformas para ouvir música de décadas pretéritas, passando por apps que garantem estimular a memória ou ajudam a respeitar a toma de medicamentos, as evidências são muitas de que o mercado está a acordar para um público que também já não se separa do smartphone. A prova dos nove: também já existem apps de jogos destinadas a seniores.
Muitas apps são gratuitas – o utilizador paga, claro, com os dados pessoais, além de ser obrigado a aturar a publicidade. Se dá muita importância à informação que lhe diz respeito, prefira um produto com boa classificação no critério da privacidade. Outros produtos exigem um pagamento pelo acesso a funcionalidades mais avançadas. Este pagamento pode corresponder também à diferença entre ser ou não bombardeado com publicidade.
Do lote de produtos testados, apenas o Big Launcher e o Elementique Senior Licence propõem um conjunto de apps para ajudar os seniores. As restantes limitam-se a aumentar o tamanho dos elementos no ecrã. Ou seja, melhoram apenas o uso das apps já instaladas no telefone.
Porquê, então, testar um produto mais limitado? Simples: o objetivo era encontrar opções intuitivas e, de preferência, gratuitas, que pudessem incrementar a utilização dos telemóveis com ecrã tátil.
Mas a escolha de uma letra maior, no menu das definições do telemóvel, não resolve o problema, tornando estas apps inúteis? Não é bem assim. É verdade que existem truques para aumentar os elementos, mas o recurso às apps simplifica a organização do ecrã, com ícones maiores, dotados de cores contrastantes. O resultado é incomparavelmente melhor na perspetiva de quem tem dificuldades visuais.
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