Este mês foi dado um passo tremendo rumo ao controlo da pandemia provocada pelo coronavírus: no Reino Unido começou já a ser administrada a primeira vacina autorizada contra a Covid-19. A esperança é que este produto da Pfizer (assim como as restantes vacinas candidatas) seja capaz de gerar uma maior imunidade e evitar furas mortes.
Apesar destes avanços científicos existe ainda uma crescente desconfiança em relação a estas vacinas. Muita é desinformação que tem sido veiculada sobre este tema. Nas redes sociais propagam-se histórias, textos e imagens que procuram assustar as populações.
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Torna-se assim fundamental conseguir identificar os factos e a realidade sobre estes tratamentos. Assim como quebrar todos os mitos que têm vindo a surgir. Eis alguns dos exemplos mais preocupantes, acompanhados de explicações que deve conhecer.
Mito #1: Se já teve Covid-19 então não precisa de ser vacinado
Continua a não ser inteiramente claro durante quanto tempo uma pessoa está protegida contra a Covid-19 após uma infeção anterior. Segundo os especialistas, esta imunidade natural parece, no entanto, não ser muito longa. Como tal será recomendado que todos tomem a vacina, independentemente de já terem (ou não) sido infetados.
Mito #2: Depois da vacina uma pessoa fica imune para o resto da vida
Também é ainda desconhecida a exata duração da imunidade que a vacina irá conseguir gerar. A vacina da Pfeizer será tomada inicialmente em duas doses, no entanto é ainda pouco claro se será necessário mais tarde (por exemplo, no ano seguinte) um reforço ou não.
Mito #3: Depois da vacinação pode deixar de usar máscara
A vacina é apenas mais um instrumento para travar o vírus. Não é uma solução absoluta. Vai continuar a ser necessário cumprir outras precauções como o uso de máscara, o distanciamento social e a lavagem de mãos para ultrapassar esta pandemia. Isto porque ainda serão necessários muitos meses para que se atinja uma suficiente imunidade coletiva. Até lá o vírus continuará a espalhar-se de forma perigosa.
Mito #4: As vacinas injetam-nos uma dose menor de coronavírus
Nenhuma das vacinas em fase final de testes utiliza um vírus vivo. Em alternativa, a forma como a vacina da Pfeizer funcionará é através de um conjunto de técnicas cientificas que irão ensinar o corpo humano a identificar e combater o coronavírus com maior eficácia. O corpo será forçado a produzir certas proteínas estranhas semelhantes ao vírus que mais tarde serão identificadas. Nessa altura o organismo irá produzir anticorpos para combater estas proteínas e o nosso sistema imunitário irá ser capaz de então proteger contra futuras infeções.
Mito #5: Vacina mRNA são capazes de alterar o nosso ADN
Duas das vacinas mais promissoras (a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna/NIH) utilizam um novo tipo de tecnologia denominada mRNA. Basicamente esta tecnologia funciona como um manual de instruções que irá indicar ao organismo como criar uma resposta imunitária para fazer face a uma determinada infeção.
Nas redes sociais têm sido difundidas a ideia de que estas novas vacinas podem ser capazes de alterar o nosso código genético. Os especialistas das autoridades de saúde têm, no entanto, já descartado esta possibilidade. A verdade que a vacina mRNA nunca entra no núcleo das nossas células e como tal não consegue afetar diretamente o nosso ADN.
Mito #6: Não são necessárias as duas doses
Praticamente todas as vacinas em testes finais exigem que o tratamento seja realizado com injeção de duas doses, tomadas com uma certa distância temporal. Sobretudo dado que ainda não é absolutamente claro qual o período de imunidade oferecido pelas vacinas ou se uma simples dose é capaz de travar os casos mais sérios, não ser vacinado uma segunda vez é um grande risco. Todos os testes realizados e os resultados obtidos tiveram como base um tratamento que incluía dois períodos de vacinação.
Mito #7: Se tiver tomado a vacina da gripe então não irá precisar desta nova vacina
Apesar de o vírus da gripe e a Covid-19 partilharem alguns sintomas semelhantes a verdade é que se tratam de doenças diferentes, causadas por vírus diferentes. Assim são necessárias duas vacinas. É inclusive inteiramente possível que um indivíduo seja infetado tanto com o vírus da gripe como com o coronavírus, pelo que as populações devem assegurar a sua proteção contra ambos os casos.
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