A Embolia Pulmonar (EP) é a apresentação clínica mais grave do Tromboembolismo Venoso (TEV) e uma das principais causas de morbilidade e mortalidade cardiovascular, ultrapassada apenas pelo acidente vascular cerebral e pelo enfarte agudo do miocárdio.
A incidência de episódios de embolia pulmonar tem vindo a aumentar em Portugal nos últimos anos sendo atualmente estimada em 39 por 100 mil habitantes, com tendência crescente, especialmente nas pessoas com mais de 80 anos e com doença oncológica.
Com apoio científico da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a Faculdade Medicina da Universidade do Porto um grupo de investigadores iniciaram um registo clínico de doentes – Pulmonary Embolism Regional Registry (PERR).
O PERR é um estudo observacional prospetivo multicêntrico de doentes com diagnóstico de Embolia Pulmonar (EP), com o objetivo principal conhecer a incidência, os fatores de risco, a abordagem diagnóstica e tratamento agudo e a longo prazo da Embolia Pulmonar (EP) em Portugal.
“Pretendemos fazer uma radiografia completa da embolia pulmonar no nosso país de forma a podermos contribuir para a melhoria dos cuidados de saúde prestados aos doentes. Este estudo irá também proporcionar um conhecimento mais aprofundado da nossa realidade e contribuir para uma organização de uma rede de cuidados de saúde mais estruturada e mais eficaz que irá certamente beneficiar estes doentes” afirma Carolina Guedes, Coordenadora do Núcleo de Estudos de Doença Vascular Pulmonar da SPMI e Coordenadora do PERR.
Com uma duração prevista de três a cinco anos, a fase piloto arrancou em julho de 2022 na zona norte do país em 7 centros participantes: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga, Centro Hospitalar Universitário do Porto, , Hospital da Luz Arrábida, Hospital de Santa Luzia – Unidade Local de Saúde do Alto Minho e no Hospital Pedro Hispano – Unidade Local de Saúde de Matosinhos.
“Nesta fase piloto foram, até ao momento, incluídos cerca de 160 doentes e o objetivo passa agora por alargar a abrangência geográfica do estudo a outros centros a nível nacional” conclui Carolina Guedes.