Mathilda Paatz é uma atleta de Fórmula 4. Com 16 anos, é das poucas mulheres na Alemanha que compete automobilismo a nível profissional, tendo já participado em 200 corridas a nível internacional. Embaixadora do Women in Motorsport, a jovem conhecida como a “Speedgirl” já conquistou 5 títulos e esteve presente em mais de 30 pódios.
Em conversa com a Forever Young, Mathilda Paatz confessou de onde veio o seu amor pelo desporto automóvel, quais os seus maiores desafios e ambições para o futuro.
Como começou o seu interesse pelo desporto automóvel?
A minha paixão pelos desportos motorizados começou quando era muito jovem. Cresceu com o tempo, à medida que entrei no mundo deste desporto, a minha paixão aumentou e percebi que era isto que realmente queria fazer. Quanto mais treinava, mais queria competir e esforçar-me mais. O desporto automóvel é um desporto único, porque exige não só capacidade física, mas também força mental, estratégia e conhecimentos técnicos. Esta mistura é o que o torna tão excitante para mim. Desde o início, soube que era isto que queria fazer. As corridas são onde me sinto mais em casa e, sempre que entro em pista, sinto-me motivado para continuar a melhorar e a provar que pertenço a este desporto.
Teve o apoio da sua família?
Sim, a minha família sempre me apoiou e encorajou a seguir os meus sonhos. Desde o início que acreditam no meu potencial e fizeram tudo o que podiam para me ajudar a crescer no desporto automóvel. Estão sempre ao meu lado, a celebrar as minhas conquistas e a motivar-me a continuar a melhorar. Ter o apoio deles significa muito para mim e estou-lhes grata por isso.
Como é ser uma jovem mulher num mundo ainda muito dominado pelo sexo masculino?
Há desafios, mas também vejo isto como uma oportunidade para inspirar outras mulheres a seguirem os seus sonhos no desporto automóvel. Quero mostrar que o talento e a dedicação não têm género e que podemos competir ao mais alto nível.
Qual é a sua maior referência deste desporto?
Admiro muitos pilotos, mas Andrea Kimi Antonelli é das minhas maiores inspirações. Demonstra talento, determinação e uma forte mentalidade competitiva que valorizo muito.
Neste momento está a competir na Fórmula 4: em que difere ela da bem conhecida Fórmula 1?
A Fórmula 4 é um dos primeiros passos para os jovens pilotos que aspiram a atingir os níveis mais elevados do desporto automóvel. Os carros são menos potentes e têm um design mais simples em comparação com a Fórmula 1, mas a competição e as exigências continuam a ser muito elevadas. É uma fase de aprendizagem fundamental para desenvolver as competências necessárias e progredir no desporto.
De que forma observa o futuro do automobilismo?
Vejo um futuro muito promissor com maior diversidade e inovação. A tecnologia está a evoluir rapidamente e acredito que vamos assistir a uma sustentabilidade ainda maior no desporto, com novos formatos de corrida. Espero também ver mais mulheres a competir ao mais alto nível.
Este desporto tem vindo a despertar uma curiosidade cada vez maior junto dos mais jovens. Porque acha que isso acontece?
Penso que as redes sociais e o acesso à informação têm desempenhado um papel importante no envolvimento dos jovens. O desporto automóvel é excitante devido à adrenalina e desafios e, com mais conteúdos disponíveis online, tornou-se mais fácil para os fãs mais jovens acompanharem o desporto, compreenderem a sua dinâmica e sentirem-se inspirados pelos pilotos e pelas competições. No entanto, seguir uma carreira no desporto automóvel exige muito mais do que apenas paixão – é necessário talento, dedicação e um forte apoio, tanto técnico como financeiro, para progredir num ambiente tão competitivo.
Gostava de ver mais mulheres a competir?
O desporto automóvel tem sido, historicamente, um desporto dominado pelos homens, mas não há razão para as mulheres não poderem competir ao mesmo nível. O que realmente importa é o talento, o trabalho árduo e a dedicação, não o género.
Nos últimos anos, temos assistido a mais iniciativas de apoio às mulheres nas corridas, o que é ótimo, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Mais visibilidade, oportunidades de patrocínio e programas estruturados ajudarão a abrir as portas para as pilotos do sexo feminino. Espero que, ao continuarmos a quebrar barreiras, possamos inspirar mais raparigas a ver o desporto automóvel como uma carreira possível. Quanto mais representação tivermos, mais fácil será para as gerações futuras entrarem neste desporto com confiança.
Participou de 31 de janeiro a 2 de fevereiro na corrida 6h of Portimão, da Winter Series, no Autódromo Internacional do Algarve. Já esteve em Portugal antes?
Sim, já estive em Portugal antes e adoro o país! É sempre um prazer correr aqui, especialmente numa pista tão desafiante e emocionante como Portimão. Estou ansiosa por estar de volta e dar o meu melhor nesta competição. Portugal tem um lugar especial no meu coração. Foi onde comecei, por isso não é apenas mais um país onde estou a competir. Tem uma ligação muito especial para mim.
Quais as suas expectativas relativamente a esta competição?
O meu objetivo é dar sempre o meu melhor e continuar a melhorar como piloto. Quero ter um bom desempenho, aprender o máximo possível e, claro, lutar pelos melhores resultados. Cada corrida é uma oportunidade para crescer e ganhar experiência.
A Mathilda tem 16 anos: qual o seu maior desejo para o seu futuro?
O meu maior desejo é continuar a crescer no desporto automóvel e construir uma carreira de sucesso. Quero viver dos desportos motorizados e continuar com entusiamo. Quero inspirar outras jovens mulheres a seguirem os seus sonhos, independentemente dos desafios. Também estou interessada em Psicologia do Desporto, que poderá ser algo a explorar no futuro. Mas, por agora, o meu principal objetivo é continuar a melhorar como piloto e alcançar novos patamares nas corridas.