Um estudo britânico comprova as vantagens das diversas práticas de relaxamento.
Meditação, ioga e exercícios semelhantes que se associem à prática do mindfulness podem mesmo produzir «alterações nos genes relacionados com o stress». Genes estes que originam, entre outras doenças, a depressão que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
Estas conclusões partiram de uma análise de 18 estudos publicados por investigadores britânicos, com o intuito de perceber os efeitos biológicos da meditação, do ioga e dos exercícios de respiração, entre outros. Os autores são da opinião que os exercícios de mindfulness parecem «suprimir a expressão de genes e vias genéticas negativas».
Os cientistas descobriram, ainda, que a prática regular de atividades de relaxamento potencia «a reversão da assinatura molecular estimuladora do stress crónico». O ambiente e o estilo de vida também «podem afetar os genes que poderão ter efeitos reais sobre o risco de doenças, a longevidade e até mesmo quais as características que são transmitidas às gerações futuras».
O stress é um tema especialmente relevante de se analisar na conjuntura atual, devido à sua presença na vida de todos. A interferência de elevados níveis de stress e de ansiedade no nosso sistema imunológico, podem provocar graves danos noutros sistemas do nosso organismo, nomeadamente, no nervoso. Esta realidade, sabe-se agora, «pode ser alterada aquando da prática de modalidades de mindfulness».
Todavia, como este é um campo de pesquisa relativamente novo, é provável que benefícios semelhantes «possam ser obtidos através de outras mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e exercício físico». Ivana Buric, a autora principal deste estudo, admite que «ainda não há estudos suficientes para comparar a alteração genética despoletada em atividades como o ioga e outros tipos de exercício físico».
Por fim, a cientista explica que a relação entre genes é dinâmica, porque «a atividade do ADN pode estar sujeita à forma subjetiva como atuamos para melhorar o nosso próprio bem-estar». Escolher diariamente hábitos saudáveis pode criar um «padrão de atividade genética mais benéfica à saúde», garante a investigadora.