Dormir em camas diferentes no mesmo quarto é uma hipótese que lhe parece estranha? Mas acredite que pode não ser. Apesar de a maioria dos casais considerar que partilhar a cama é uma expressão de intimidade e união, algumas pesquisas mostram que pode haver motivos para um casal dormir em camas separadas, como é o caso de um estudo da Universidade de Nuremberga, na Alemanha.
Com efeito, essa investigação mostrou que problemas de sono e problemas de relacionamento tendem a ocorrer simultaneamente, enquanto um estudo norte-americano descobriu que quando uma pessoa não dorme devido aos distúrbios de sono do outro parceiro pode resultar em conflitos no relacionamento.
O que ambos os estudos revelam é que os casais que dormem no mesmo quarto têm uma maior probabilidade de experienciar os possíveis distúrbios noturnos dos seus parceiros (como ronco, constante movimentação ou horários diferentes). E tudo somado, pode originar problemas de saúde, disfunção sexual e outros problemas conjugais.
A autora do livro “Sleeping Apart Not Falling Apart” (sem tradução para português), de 2015, Jennifer Adams, defende no seu site, com o mesmo nome do livro, que a base de uma forte relação é «uma noite de sono revigorante para ambos», pois ela permite que os dois se sintam emocional, mental e fisicamente mais saudáveis. De preferência quando não existe «ressentimento de um por ficar acordado, ou culpa do outro por perturbar o sono do seu parceiro».
O psicoterapeuta norte-americano Ken Page diz mesmo que alguns casais com que trabalhou «sentem que dormir separados fortaleceu a sua relação» e que isso se pode ter devido ao facto de «terem de deixar de se preocupar com o facto de o seu sono ser perturbado», para assim «poderem aproveitar mais as coisas boas da sua relação».
Um casal australiano, em declarações ao The New York Times, classificou o facto de dormirem em camas separadas como «uma solução prática» e que apesar de ambos terem acordado em dormir em diferentes divisões, ainda dividem «um quarto algumas vezes por semana».