· O cancro da próstata é a neoplasia mais frequente nos homens em Portugal e a 3ª causa de morte oncológica1.
· Os fatores de risco bem estabelecidos de cancro da próstata (idade, raça, história familiar e presença de determinadas mutações genéticas) não são passíveis de modificação2. Nenhuma alteração dos estilos de vida ou da dieta reduz de forma comprovada o risco de desenvolver o cancro da próstata2.
· O doseamento de prostate-specific antigen (PSA) é um teste simples e barato, que permite o diagnóstico precoce de casos assintomáticos, reduzindo de forma muito significativa a probabilidade de diagnóstico de cancro da próstata em fases avançadas2. A sua utilização como rastreio reduz a mortalidade por cancro da próstata, embora a quantificação do benefício não seja consensual3.
· A Associação Portuguesa de Urologia, a Associação Europeia de Urologia e o Plano Europeu de Luta contra o Cancro recomendam a realização de rastreio sistemático do cancro da próstata a todos os homens entre os 50 anos (ou 40 anos se factores de risco) e os 70 anos, se tiverem esperança de vida superior a 10 anos4,5. Para além disso todos os homens com queixas urinárias ou com lesões suspeitas nos ossos devem fazer um doseamento do PSA2.
· O cancro da próstata é, geralmente, assintomático. A presença de sintomas está associada a doença avançada. Sintomas que devem ser avaliados: sangue na urina ou no sémen; necessidade frequente de urinar, jato urinário fraco, dor ao urinar ou ejacular, problemas com erecção, perda de apetite ou de peso.
Não ignore a doença.
Fale com o seu médico de família ou com o seu urologista sobre o rastreio do cancro da próstata e sempre que tiver queixas urinárias ou sexuais.
· No momento do diagnóstico, 46% dos doentes sabiam pouco sobre o cancro da próstata e 26% não sabiam nada6.
· Os principais impactos da doença fazem-se sentir na esfera pessoal, mas mais de 50% dos doentes com cancro da próstata passam meses sem falar ou nunca falam com a sua família, sobre a doença6.
· Para os doentes com cancro da próstata, a principal fonte de informação sobre a doença são os médicos: 75,1% privilegiam os médicos hospitalares e 42,8% privilegiam o seu médico de família6.
· Cerca de 89% dos doentes está satisfeito ou muito satisfeito com o tratamento que fez para o cancro da próstata, sendo a quimioterapia o tratamento que gera maior descontentamento6.
Não se isole e não viva no desconhecimento.
Fale com os seus familiares e amigos sobre a doença.
Se tiver dúvidas, pergunte ao seu médico.
Bibliografia
1 – Sung H, Ferlay J, Siegel RL, Laversanne M, Soerjomataram I, Jemal A, et al. Global Cancer Statistics 2020: GLOBOCAN Estimates of Incidence and Mortality Worldwide for 36 Cancers in 185 Countries. CA Cancer J Clin. 2021;71(3):209–49.
2 – Mottet N, Cornford P, van den Vergh R, Briers E, De Santis M, Gillessen S, et all. Prostate Cance Guidelines 2022. European Association Urology; ISBN 978-94-92671-13-4. Available from: https://uroweb.org/guideline/prostate-cancer/#11; accessed at 10 August 2022.
3 – Hugosson J, Roobol MJ, Månsson M, Tammela TLJ, Zappa M, Nelen V, et al. A 16-yr Follow-up of the European Randomized study of Screening for Prostate Cancer. Eur Urol. 2019 Jul;76(1):43-51.
4 – Van Poppel H, Roobol MJ, Chapple CR, Catto JWF, N’Dow J, Sønksen J, et al. Prostate-specific Antigen Testing as Part of a Risk-Adapted Early Detection Strategy for Prostate Cancer: European Association of Urology Position and Recommendations for 2021. Eur Urol. 2021;80(6):703-11.
5 – European Commission, Directorate-General for Research and Innovation, Group of Chief Scientific Advisors, Cancer screening in the European Union – Executive summary, Publications Office of the European Union, 2022, https://data.europa.eu/doi/10.2777/512646
6 – Inquérito feito pela APU/ APDP – Vamos tocar no Assunto; disponível em https://www.vamostocarnesteassunto.pt/