Esqueceu-se do que ia dizer? Não se preocupe, até pode ser um sinal de inteligência

Os lapsos de memória podem ser frustrantes ou, às vezes, preocupantes. São normais de acontecer, desde que não seja frequentemente, e até podem ser um benefício para o maior intelecto da pessoa.

Os esquecimentos temporários, até podem ser naturais, mas quando acontecem com maior regularidade, podem desencadear na pessoa também normais receios de demência iminente ou de doença de Alzheimer. A seguir conheça 6 causas comuns para os lapsos de memória, segundo a Universidade de Harvard.

1- Privação de sono. Não dormir o suficiente pode ser a maior causa desvalorizada dos esquecimentos. Estes também ser resultado de alterações de humor e ansiedade, provocadas por um muito curto tempo de sono reparador.

2- Efeito secundário de alguns medicamentos. Antidepressivos, tranquilizadores, alguns medicamentos para reduzir a pressão arterial e outros que podem afetar a memória, geralmente causam a sedação ou confusão da pessoa. O que pode tornar difícil prestar muita atenção a coisas novas. Se desconfiar desta causa, fale com o seu médico sobre uma possível mudança na sua medicação.

3- Álcool. A ingestão excessiva de álcool pode interferir na memória de curto prazo, mesmo depois de os efeitos do álcool terem acabado. Cada pessoa pode ter o seu limite, mas o melhor pode ser seguir a recomendação «de não beber mais que duas bebidas por dia, para homens, e não mais que uma por dia, para mulheres.

4- Stress e ansiedade. A falta de concentração e o bloqueio de novas informações e habilidades podem levar a problemas de memória. A ansiedade e o stress podem interferir na atenção e bloquear a formação de novas memórias ou na recuperação de antigas.

5- Hipotiroidismo. Uma tiroide vacilante pode afetar a memória Além de perturbar o sono, os problemas na tiroide podem ser causas dos esquecimentos. Com uma simples análise ao sangue pode ficar a saber se esse pode ser motivo de inquietações.

6- Depressão. Alguns sinais comuns de depressão podem originar ou ser resultado de alguns esquecimentos.

E como distinguir os normais esquecimentos de um sintoma possivelmente mais sério? As pessoas saudáveis podem ter episódios de perda de memória em qualquer idade, mas algumas dessas falhas podem tornar-se mais pronunciadas com a idade. No entanto, a persistência das mesmas pode ser considerada um indicador de Alzheimer ou de outras doenças que prejudicam a memória.

Os seguintes 7 tipos de problemas de memória, descritos no site da Universidade de Harvard, são mais normais de acontecer:

  1. Conhecimentos que não são aplicados na rotina

O cérebro tem uma tendência para «esquecer factos ou eventos ao longo do tempo». Como tal, os conhecimentos ou aprendizagens têm menos probabilidade de serem esquecidos se a memória recorrer a eles com frequência. Os especialistas do cérebro humano consideram isso benéfico, «porque limpa o cérebro de memórias não utilizadas e aumenta o espaço para novas e úteis».

  1. Distrações

Quando o nível de atenção é baixo, uma pessoa pode esquecer onde acabou de colocar qualquer objeto (caneta, óculos, telemóveis), por exemplo. Ou seja, no momento em que está a arrumar, podem estar outros pensamentos a vaguear na mente e a impedi-lo de se concentrar. Estes lapsos mais comuns também envolvem os esquecimentos de marcações e horários.

  1. Bloqueios

Aquelas palavras que estão na ponta da língua, mas que não lhe saem da boca, apesar de saber o que quer dizer são as situações mais conhecidas de bloqueio temporário da memória. «Em muitos casos, a barreira é uma memória semelhante mas incorreta e é tão intrusiva que não deixa pensar na memória que pretende». Vários estudos mostram que muitas vezes, em apenas um minuto, as pessoas podem recuperar cerca de metade das memórias bloqueadas.

  1. Falsas memórias

Este tipo de problema ocorre quando nos lembramos de algo com precisão, em parte, mas atribuímos detalhes, como hora, local ou pessoas envolvidas, sem certezas. Outro tipo de falsa memória acontece quando acreditamos que um pensamento é totalmente original, mas na verdade, este veio de algo lido ou ouvido no passado. Também é comum que estes lapsos aumentem com o passar do tempo, pois tem mais dificuldade para se concentrar e processar informações, absorvendo menos detalhes ao adquirir informações.

  1. O poder da sugestão na memória

A vulnerabilidade da memória ao poder da sugestão é comum naqueles momentos em que temos poucos detalhes do facto ou evento que procuramos relembrar e, inadvertidamente, criamos outros por sugestão de momentos semelhantes no passado ou por declarações de outros. As sugestões podem «enganar a mente a pensar que se trata de uma memória real».

  1. Influência dos preconceitos

Por mais nítida que seja uma memória, as nossas perceções são filtradas pelos nossos próprios preconceitos pessoais – experiências, crenças, conhecimentos prévios e até o humor do momento. Os especialista dizem que estes afetam as perceções e experiências quando são codificadas no cérebro, além de que quando se recupera uma memória, o humor e outros preconceitos nesse momento podem influenciar as informações de que se lembra.

  1. Persistência de memórias negativas

A persistência de memórias de eventos traumáticos, sentimentos negativos e medos contínuos «é outra forma de problema de memória». Ao contrário da maioria das situações dos lapsos de memória, quando as memórias atormentam as pessoas, estas procuram esquecê-las e não conseguem. No entanto, algumas dessas memórias podem refletir com precisão eventos terríveis, enquanto outras podem ser distorções negativas da realidade.

Se os lapsos de memória o incomodarem com maior frequência, pode ser boa ideia conversar com seu médico para identificar qual pode ser a raiz do problema. Algo como dormir mais, substituir um medicamento ou uma terapia para reduzir o stress pode ser o necessário para recuperar a saúde da memória.

Falhas de memória, sinal de inteligência?

Um estudo realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, afirma que ter uma memória forte pode ser um ativo sobrevalorizado e conclui que ser esquecido pode, na verdade, tratar-se de um benefício para a inteligência.

Os autores propõem que a memória é utilizada para «otimizar a tomada de decisões, retendo informações valiosas e esquecendo outras coisas sem importância, de forma a aumentar o espaço para as coisas importantes». Por exemplo, o nosso cérebro lembra-se de um evento passado mas esquece detalhes específicos. Mecanismo que os investigadores acreditam ser suficiente para permitir a generalização das experiências anteriores.

Portanto, o estudo comprova que esquecer detalhes, de vez em quando, pode ser sinal de um sistema de memória saudável. Porém, realça que «se as pessoas esquecerem coisas importantes com uma frequência alarmante, pode ser motivo de preocupação».

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