Numa publicação no Instagram, a pianista lembrou ter sido com “tristeza e preocupação” que se viu obrigada a cancelar os concertos “num período de seis meses devido a um problema de saúde relacionado com o coração”, ressalvando que está a sentir-se melhor.
“Retomei as minhas longas caminhadas diárias e, esta semana, vou começar a tocar piano e a praticar de forma séria de novo. Espero poder retomar os meus concertos e viagens em abril”, escreveu Maria João Pires.
A pianista tinha dezenas de concertos marcados na Europa e nos Estados Unidos até junho.
Apesar da indicação de abril no ‘post’ da pianista, salas com concertos inicialmente previstos para fevereiro têm novas datas, com bilhetes disponíveis, em março.
Por exemplo, no Concertgebouw de Amesterdão, onde o concerto estava marcado para dia 11 de fevereiro, há uma nova data prevista para 14 de março. Na Filarmónica do Luxemburgo, onde Maria João Pires atuaria hoje, há nova data em 13 de março.
Em abril, a artista tem agendadas atuações nos Estados Unidos e no Canadá, antes de, em maio, dar uma série de concertos em Los Angeles, com a Orquestra Filarmónica da cidade dirigida pelo maestro Gustavo Dudamel.
Nos concertos em Los Angeles vai dar-se a estreia mundial de um trabalho de Andreia Pinto Correia, encomendado pela LA Phil.
Em junho, Maria João Pires regressará à Europa para atuações em Bordéus, Basileia e Munique.
Em setembro do ano passado, a pianista cancelou a sua digressão sul-americana por motivos de saúde.
Maria João Pires nasceu em Lisboa, em 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada dos pianistas portugueses, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos de 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos 4 anos.
Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970) e o Prémio Pessoa (1989).
Na década de 1970, o seu nome tornou-se recorrente nos programas das principais salas de concerto a nível mundial e nos catálogos das principais editoras de música clássica: a Denon, primeiro, para a qual gravou a premiada integral das Sonatas de Mozart (1974); a Erato, a seguir, nos anos de 1980, onde deixou Bach, Mozart e uma das mais celebradas interpretações das “Cenas Infantis”, de Schumann; e depois a Deutsche Grammophon, a partir de 1989.
Maria João Pires fundou ainda, em 1999, o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projeto educativo, pedagógico e cultural dedicado à música.
Lusa