Não existe provavelmente nada a que dediquemos mais tempo, esforço, dinheiro e dedicação do que à busca da felicidade. Esta é uma característica inata do ser humano. Acima de tudo desejamos ser felizes e conseguir partilhar com os outros esse mesmo sentimento.
No entanto, e apesar de todo o esforço que colocamos nesta busca, este é um desafio bastante complexo, que muitas vezes acaba por nos causar angústia e frustração. Tal como explica o especialista e professor Jim Taylor ao portal Psychology Today, a verdade é que atingir a felicidade pode ser mais difícil do que gostamos de imaginar.
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Apesar de nos fazerem acreditar que se trabalharmos afincadamente e nos esforçarmos teremos sempre a possibilidade de encontrar sucesso e felicidade, existem já diversas investigações que apontam para o facto deste tema ser bem mais complexo. Em particular porque existem muitos fatores que escapam ao nosso controlo, tais como a herança – que segundo um estudo é responsável por 40-80% da nossa capacidade de nos sentirmos felizes.
Certas pessoas terão assim uma maior facilidade em encontrar e manter estes tão desejados estados de felicidade. Este pode ser um facto algo deprimente, no entanto existem algumas estratégias que todos podemos seguir para aumentar as nossas chances.
De acordo com Jim Taylor, estes são os 5 tipos de felicidade que deve conhecer para melhor entender como pode começar a estimular o seu bem-estar e sentido de gratificação.
- Felicidade instintiva
Este será porventura o estado mais básico de felicidade. Aqui falamos da realização de que estamos felizes simplesmente por estarmos vivos e nada mais. É a mera apreciação por termos conseguido sobreviver mais um dia. Esta relacionado com a cumprir e assegurar das nossas necessidades fisiológicas mais básicas – expressas na pirâmide de Maslow. Devido à sua simplicidade muitas vezes temos dificuldade em obter a perspetiva necessária para nos sentirmos felizes apenas por vivermos mais um dia. No entanto esta é uma prática e esforço que devemos estimular.
- Felicidade protegida
A felicidade pode nem sempre ser caracterizada pela presença de certos sentimentos ou elementos, mas antes pode ser definida pela ausência de certas coisas mais negativas. Somos capazes de nos sentirmos felizes sempre que não enfrentamos certos obstáculos psicológicos como a dúvida, a preocupação ou ansiedade. Somos felizes quando não sentimos medo, exaustão, desespero ou frustração. Infelizmente nem sempre é possível vermo-nos livres destes obstáculos. Apesar de a psicoterapia poder ajudar neste sentido, o mais provável é que o ser humano procure lidar com estes receios, suavizando-os através de uma felicidade protegida. Neste caso encontramos estratégias e padrões de pensamento que nos permitem sofrer um pouco menos de forma a evitar grandes catástrofes emocionais.
O perfecionismo, o medo de falhar, a necessidade de controlo ou a isolação social são tudo exemplos de mecanismos de defesa que nos visam proteger de momentos mais negativos. Escolhemos sofrer um pouco para não sofrer demasiado. Esta diferença pode não corresponder a uma verdadeira felicidade, mas no curto prazo pode ser o mais positivo que nos conseguimos sentir.
- Felicidade “medicada”
Apesar de todos os nossos melhores esforços muitos de nós não conseguem proteger-se da infelicidade simplesmente através de mudanças internas, relacionadas com alterações na forma de pensar, sentir ou agir. Nestes casos procuramos encontrar mecanismos externos e artificiais para nos sentirmos mais felizes. Estes “instrumentos” servem para nos proteger temporariamente das sensações mais negativas, deixando-nos num estado psicológico semelhante à felicidade. Nem sempre estes “medicamentos” têm que ser algo negativo. A prática de exercício físico, o conviver com pessoas que apreciamos, o foco no trabalho ou em outro tipo de atividades, o ler livros, ver filmes ou cozinhar, são tudo exemplos de estratégias que encontramos para nos distrairmos um pouco e suprimirmos temporariamente a dor ou ansiedade. Infelizmente existem outros exemplos mais problemáticos para lidar com estes sentimentos que se podem tornar bem mais destrutivos, tais como o consumo de álcool, drogas ou vício do jogo.
- Felicidade satisfatória
Aqui falamos sobretudo das experiências prazerosas que nos fazem sentir um pouco melhor. Passear os cães, jantar com amigos, brincar com os filhos ou praticar um hobbie são tudo exemplos de atividades que nos preenchem de sentimentos positivos. Apesar de não corresponderem a estados de profunda e verdadeira felicidade, ajudam a replicar temporariamente essas sensações. Este tipo de “felicidade” é importante pois é algo que podemos controlar e estimular com maior facilidade. É recomendado que escolha atividades que se alinhem com a sua personalidade, valores e interesses.
- Felicidade existencial
Este é o tipo de felicidade que se encontra no topo da hierarquia. Esta pode ser caracterizada como sendo a “verdadeira” felicidade, representada na sua forma mais intensa e profunda. Uma felicidade existencial é proveniente da nossa capacidade de viver uma vida que esteja repleta de significado, propósito, satisfação e alegria. Parte de conseguirmos viver de uma forma autêntica segundo os nossos valores; de ter uma paixão por algo; por definirmos e conseguirmos alcançar determinados objetivos fundamentais; e por estarmos realmente conectados com os outros.
Como pode imaginar não é fácil cumprir todos estes requisitos, sobretudo quando vivemos diariamente uma vida atarefada, mundana e rotineira. A nossa própria cultura parece-nos levar a buscar a felicidade através do caminho errado, levando-nos a acreditar que este está relacionado com dinheiro, poder e beleza.
Procure refletir sobre este tema e perceber de que forma pode modificar a sua vida no sentido de estar mais alinhado com um caminho de verdadeira felicidade existencial que consiga oferecer uma real transformação positiva e uma maior gratificação.
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