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Prazer sexual: importa esclarecer os mitos culturais para uma experiência plena (e satisfatória)

O prazer sexual é uma experiência humana universal, mas a forma como é percecionado, discutido e vivido continua a ser moldada por mitos e crenças culturais profundamente enraizadas.

15 Abril 2025
Forever Young

Em todo o mundo, as narrativas sociais definem o que é considerado aceitável, vergonhoso ou até empoderador no que toca ao prazer. Há culturas que celebram a exploração sexual, enquanto outras a reprimem sob o peso de tabus.

 

Mas, à medida que as conversas globais sobre bem-estar sexual evoluem, muitas comunidades estão a recuperar o prazer como forma de libertação — e é precisamente aqui que a LELO entra em cena: para desafiar narrativas ultrapassadas e promover uma visão mais inclusiva e consciente da sexualidade.

 

Muitas culturas antigas viam o sexo não apenas como um acto físico, mas como uma experiência divina. No Hinduísmo, o Kama Sutra — muitas vezes confundido com um simples manual sexual — é, na realidade, um guia filosófico sobre o prazer, o amor e a vida. De forma semelhante, a mitologia grega apresenta deuses e deusas envolvidos em relações apaixonadas, sublinhando o papel do desejo na existência humana.

Em contraste, outras culturas criaram mitos que associavam o prazer ao perigo ou à imoralidade. Na Europa medieval, influenciada por doutrinas religiosas, o sexo foi frequentemente ligado ao pecado, o que resultou em séculos de repressão. Em algumas tradições do Leste Asiático, por sua vez, a energia sexual (jing) era vista como uma força vital que exigia preservação cuidadosa.

 

Ainda hoje, os mitos culturais continuam a influenciar a forma como encaramos o prazer. Eis algumas crenças que continuam a moldar as percepções modernas da sexualidade:

 

1. O mito da “sexualidade normal”

Muitas culturas promovem a ideia de que há uma forma “certa” de viver o prazer, normalmente associada a papéis de género tradicionais ou à heteronormatividade. No entanto, a investigação mostra que a sexualidade humana é diversa, e o prazer é algo profundamente pessoal. A noção de sexualidade “normal” é uma construção cultural — não uma verdade universal.

 

2. O mito de que os homens têm mais desejo sexual

A crença de que os homens têm uma libido naturalmente mais elevada ignora a complexidade da sexualidade feminina. Vários estudos sobre desejo e excitação demonstram que o desejo não depende do género, mas sim de uma combinação de factores psicológicos, biológicos e sociais.

 

3. O complexo da Madona e da pecadora

Este conceito psicológico e cultural coloca as mulheres em dois extremos: a “Madona” pura e inocente ou a “pecadora” sexualmente expressiva. Esta visão binária distorce a realidade da sexualidade feminina, que é fluida, multidimensional e profundamente pessoal. O termo tem origem na teoria freudiana, mas ainda hoje se manifesta nas expectativas sociais.

 

4. O mito de que o prazer é um luxo e não uma necessidade

Em muitas culturas, o prazer sexual é visto como um capricho, e não como parte essencial do bem-estar. Contudo, estudos mostram que o prazer sexual pode melhorar a saúde mental, reforçar o sistema imunitário e fortalecer relações. Longe de ser trivial, o prazer é um dos pilares de uma vida saudável.

 

Quebrar estes mitos exige conversas abertas, educação e a celebração de experiências diversas. À medida que as sociedades evoluem, cada vez mais pessoas abraçam uma visão positiva da sexualidade, rejeitando tabus desatualizados e defendendo o prazer como um direito humano fundamental.

 

No centro desta mudança está a compreensão de que o prazer não se resume à gratificação física — é também sobre conexão, expressão pessoal e bem-estar. Ao desafiarmos crenças limitadoras e adotarmos uma visão mais inclusiva e informada da sexualidade, criamos espaço para um mundo onde o prazer é valorizado — e não envergonhado.

 

Afinal, a procura pelo prazer é tão antiga quanto a própria humanidade. Está na hora de o abraçarmos e vivê-lo por inteiro.

 

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